Prevenção e Conscientização: Dra. Sâmela Comério Fala sobre o Aumento do Câncer de Mama e os Cuidados Essenciais
Neste mês de outubro, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama ganham destaque com o movimento “Outubro Rosa”. Com a previsão de 73.610 novos casos até o fim deste ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência da doença está em alta e as causas são multifatoriais. Além dos avanços nos diagnósticos e no aumento da expectativa de vida, fatores como estilo de vida sedentário, alimentação necessária e exposição a hormônios também são interessantes para esse cenário preocupante.
Embora o aumento de diagnósticos seja um reflexo da maior conscientização e acesso à mamografia, ainda existe um grande desafio: a alta taxa de mortalidade. No Brasil, apenas cerca de 20% das mulheres elegíveis fazem o exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma cobertura de 70%.
Por que a incidência está aumentando?
Dra SÂMELA: Atualmente, a mamografia é a principal ferramenta de detecção precoce do câncer de mama. Ela é o único exame que comprovadamente reduz a mortalidade por essa doença, sendo essencial no rastreamento. No Brasil, entidades como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) , o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a realização de mamografias anuais para mulheres assintomáticas a partir dos dois 40 anos, evoluindo ao diagnóstico precoce.
Em alguns casos, podem ser necessários exames complementares, como:
- Ultrassonografia de mamas: usada para diferenciar entre cisto e nódulos, além de mostrar detalhes sobre o tamanho e a posição das lesões.
- Ressonância magnética: aplicada em casos específicos, ajuda a fornecer mais informações sobre a extensão da doença, mas não substitui a mamografia como método de rastreamento.
Esses exames adicionais são indicados para complementar a mamografia, mas não a substituem , sendo importantes para casos que exigem mais detalhes ou quando há achados suspeitos.
Tratamentos Disponíveis para o Câncer de Mama?
Dra SÂMELA: Existem diversos tipos de tratamentos para o câncer de mama, e a escolha depende do tipo e estágio da doença, além das características individuais do paciente. Cada caso deve ser elaborado de forma personalizada para garantir o melhor plano de tratamento.
Os tratamentos se dividem em duas categorias principais:
- Tratamentos Locais: Esses tratamentos visam tratar o tumor localmente, sem afetar o resto do corpo. Os principais tipos de terapia local utilizados para o câncer de mama são:
- Cirurgia: remover o tumor da mamãe.
- Radioterapia: utiliza radiação para destruir células cancerígenas em área específica.
- Tratamentos Sistêmicos: Esse tipo de tratamento afeta o corpo todo e envolve o uso de medicamentos que podem ser administrados por via oral ou diretamente na corrente sanguínea, atingindo células cancerígenas em qualquer parte do corpo. Dependendo do tipo de câncer de mama, podem ser usados diferentes tipos de tratamento sistêmico, como:
- Quimioterapia: usa medicamentos para destruir ou impedir o crescimento das células cancerígenas.
- Hormonioterapia: bloqueia hormônios que estimulam o crescimento de certos tipos de câncer de mama.
Outros tratamentos sistêmicos podem ser usados, de acordo com a necessidade e o perfil do tumor.
Como Lidar com a Notícia do Diagnóstico de Câncer?
Dra SÂMELA: Receber o diagnóstico de câncer pode ser devastador para o paciente e também para aqueles ao seu redor. O apoio de familiares e amigos é fundamental, mas muitas vezes as pessoas próximas não sabem como oferecer suporte da maneira mais adequada, já que a situação é delicada.
Saber o que dizer ou fazer não precisa ser um desafio. A primeira coisa a entender é que cada pessoa reage de forma diferente ao diagnóstico e ao tratamento. Portanto, não existe uma fórmula exata para lidar com a situação. No entanto, algumas atitudes podem ajudar a oferecer um suporte mais eficaz e sensível.
Aqui estão algumas dicas de como se preparar para apoiar um familiar ou amigo com câncer:
- Como uma pessoa se sente (e se deseja falar sobre o assunto): Nem sempre o paciente quer ou está pronto para falar sobre o diagnóstico, então consulte a conformidade do espaço dele é essencial.
- Ofereça ajuda de forma prática: Pergunte se há algo específico que você pode fazer para ajudar, seja em tarefas diárias ou simplesmente oferecendo companhia.
- Demonstre que ela/ele pode contar com você: Mostre-se disponível emocionalmente e fisicamente. Saber que há alguém em quem confia pode trazer conforto.
- Passe tempo com a pessoa: A presença e o apoio contínuo são importantes. Isso não significa necessariamente falar sobre a doença, mas simplesmente estar ao lado.
- Evite a sobrecarga de informações: Mesmo com as melhores coisas interessantes, certos comentários ou comparações podem ser importantes. Cada tratamento é único, e comparações com outras pessoas ou casos podem gerar mais ansiedade.
Além disso, o mais importante é evitar opiniões importantes sobre o tratamento. Deixe esse papel para o médico especialista que está acompanhando o caso.
O Câncer de Mama Está Ligado à Genética? Como prevenir?
Dra SÂMELA: O câncer de mama é causado pela desordem desordenada de células no tecido mamário, resultante de alterações genéticas. No entanto, isso não significa que o câncer de mama seja sempre hereditário.
Apenas 5% a 10% dos casos são hereditários, ou seja, ocorrem em pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram a doença. Portanto, cerca de 90% dos casos de câncer de mama não têm origem genética familiar.
Essas mutações genéticas podem ser herdadas ou adquiridas ao longo da vida, influenciadas por fatores como: exposição a hormônios (estrogênios), radioterapia sem hormônio, excesso de peso, sedentarismo, dieta rica em gorduras saturadas e consumo de álcool.
A prevenção inclui manter hábitos de vida saudáveis, como controlar o peso, praticar atividades físicas, limitar o consumo de álcool e realizar exames de rotina, como a mamografia.
E o câncer de mama em homens?
Dra SÂMELA: O câncer de mama em homens é raro, representando cerca de 1% dos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença ocorre porque os homens também possuem tecido mamário, embora em menor quantidade, o que facilita a palpação de nódulos.
Geralmente, o câncer de mama masculino afeta homens entre 50 e 70 anos e é frequentemente descoberto em atualizações avançadas, o que pode dificultar o tratamento. A falta de conscientização e o preconceito personalizados para o atraso no diagnóstico, já que muitos associam a doença apenas às mulheres.
As principais causas incluem fatores genéticos e hormonais, dieta rica em gorduras, consumo excessivo de álcool e uso de anabolizantes. O diagnóstico é feito com exames como mamografia, ultrassonografia e biópsia. O tratamento segue protocolos semelhantes às aplicadas nas mulheres, dependendo do estágio da doença.
Qual o estilo de vida recomendado para prevenir o câncer de mama?
Dra SÂMELA: A prevenção do câncer de mama envolve o controle dos fatores de risco. Algumas recomendações:
- Manter um peso saudável : Controlar o peso corporal de acordo com as orientações dos profissionais de saúde.
- Alimentação balanceada : Evitar alimentos ricos em gorduras saturadas e priorizar uma dieta balanceada.
- Exercícios físicos : Praticar atividade física regularmente.
- Evitar álcool e tabaco : Limitar o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar.
Essas medidas podem contribuir significativamente para a redução do risco de doenças.
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