Ales: solene celebra 60 anos do curso de Medicina da Ufes
Um público formado majoritariamente por ex-alunos e ex-professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) prestigiou os 60 anos de criação da faculdade de Medicina em sessão solene, realizada nesta terça-feira (5), no Plenário Dirceu Cardoso. Os participantes lembraram das dificuldades de tirar o curso do papel ainda na década de 1950 e ressaltaram a importância dele para a sociedade capixaba.
Proponente da sessão, o deputado Dr. Emílio Mameri (PSDB) afirmou que a criação da escola foi um marco para o desenvolvimento da pesquisa, formação profissional e assistência no estado. Muitos ex-alunos se tornaram professores, destacou ele, passando o conhecimento adiante para futuros médicos.
Professor do curso por 38 anos, o parlamentar se emocionou ao recordar nomes do passado que deixaram um legado de trabalho e dedicação. “Que o curso de Medicina da Ufes siga formando profissionais qualificados cientificamente, que queiram cuidar e salvar vidas, oferecer esperança, diminuir a dor, tanto física quanto mental, e acima de tudo manter humanidade e a paixão por cuidar de pessoas”, ressaltou.
Apesar das restrições orçamentárias, o reitor da Ufes, Paulo Vargas, classificou a faculdade de Medicina como uma das melhores do país. “Essa é uma ocasião que deve ser comemorada por toda a sociedade capixaba. Isso porque, no decorrer de seis décadas, esse curso consolidou-se como uma valiosa conquista da população do Espírito Santo. Esse curso representa uma conquista da ciência e do conhecimento e que ao longo dos anos vem produzindo formação qualificada de várias gerações de profissionais”, pontuou.
Vargas lembrou que o curso é um marco da educação superior no estado, representando um significativo avanço, pois até então os jovens capixabas tinham de se dirigir para outros estados para cursar Medicina. “Desde a criação da nossa universidade em 1954, aprovada nessa Casa de Leis, o sonho de se criar o curso de Medicina percorria o ideário de estudantes e profissionais médicos que foi enfim materializado no início da década de 60”, destacou.
Ex-governador e médico formado na Ufes, Vitor Buaiz falou dos esforços para a implantação do curso, que contava com uma equipe docente de alta competência técnica e sensibilidade humanística para ministrar as matérias do curso básico. Ele lembrou que muitos professores vieram de fora, notadamente de Minas Gerais, no início do funcionamento. Um deles foi Fausto Edmundo Lima Pereira, que defendeu a primeira tese de doutorado da Ufes. O ex-professor foi homenageado com um certificado na sessão solene.
“Quantos seres humanos se colocaram diante de nós nesses 60 anos, como se estivessem diante de um confessionário”, disse Vitor Buaiz sobre o sacerdócio de exercer a Medicina e curar dores do corpo, da mente e da alma.
“Os tempos mudaram. Mudou a medicina, da filantropia para a alta tecnologia. Por outro lado aumentou a distância na relação médico-paciente. Entre esses pacientes nós colocamos uma máquina”, avaliou. “A conversa cordial deu lugar a uma extensa prescrição de drogas, muitas vezes de indicação menos precisas”, avaliou.
A aluna Maria Esthér Nóra Sanches, presidente do Diretório Acadêmico de Medicina, ressaltou o ideal que une os doutores. “O que nos une no objetivo comum é o desejo de ajudar as pessoas a nossa volta, de contribuir para a preservação da saúde para o melhoramento da qualidade de vida. Nesse sentido, a Medicina se torna muito mais que uma profissão, e é sim um sacerdócio”, atestou.
O Jubileu de Diamante do curso de Medicina foi atingido em abril de 2021, mas, devido aos impedimentos da pandemia, não pôde ser comemorado. Em 13 de abril de 1961 foi proferida aula inaugural para os primeiros 28 futuros médicos. Naquela época não havia escola de Medicina aqui, as mais próximas eram em Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Oficialmente o curso foi criado em 1954 junto com a Ufes, mas entraves burocráticos atrapalharam o funcionamento da escola de Medicina até sua inauguração de fato em 1961. O diretor do Centro de Ciências da Saúde, Helder Mauad, lembrou que a falta de infraestrutura acabou inviabilizando a implantação do curso.
A autorização federal para a criação da escola de Medicina só foi obtida em 1960, após o professor Afonso Bianco encaminhar ao governo federal, e ter aprovado, novo projeto de criação da escola de Medicina. A federalização da Universidade do Espírito Santo só aconteceu em 1961.
Lista de homenageados
- Aloisio Falqueto
- Vitor Buaiz
- Michel Silvestre Zouain Assbu
- Eliana Bernadete Caser
- Paulo Mendes Peçanha
- Jansen Giesen Falcão
- Johnson Joaquim Gouvêa
- Márcio Maia Lamy de Miranda
- Gustavo Peixoto Soares Miguel
- Fernando Ronchi
- Carlos Alberto Redins
- Dalton Valentim Vassallo
- Fausto Edmundo Lima Pereira
- Sergio Ramos
- Rita Elizabeth Checon de Freitas Silva
- Miria Vassoller
- Julinha Vilá
- Valdério do Valle Dettoni
- Berilurdes Wallacy Garcia
- Lauro Vasconcelos
- Samuel Paiva Martins
- José Fernando Duarte
- José Maria Gomes Perez
- Ademar de Barros
- Marcelo Guerzet
- Maria do Carmo Linard Reis
- Diuzete Maria Pavan Batista
- Vera Lucia Ferreira Vieira
- Luiz Sérgio Emery Ferreira
- Fernando Alfredo Pretti
- Wilson Mario Zanotti
Reprodução : Ales
Jornalista, Gestor Público e especialista em planejamento e gestão estratégica e atua como empresário na área de comunicação e marketing político. Cadastre-se gratuitamente e receba notícias diretamente no seu celular. Clique Aqui