Ministério Público de Viana é protagonista em Projeto de Produção de alimentos orgânicos em Presídio na cidade
Parceria quem o tem o Ministério Público de Viana como protagonista e ainda reúne Prefeitura de Viana, Sejus e diversas outras instituições tem se destacado como projeto de sucesso, realizado no presídio de segurança média 1, por possibilitar ressocialização de detentos, produção de alimentação orgânica e ao mesmo tempo, segurança alimentar.
O projeto faz parte do Pacto Agroecológico Capixaba, iniciativa conduzida pelo Ministério Público da cidade, tendo a Promotora Dra. Isabela de Deus Cordeiro em sua coordenação e, integra, um conjunto de inúmeras iniciativas em prol da alimentação saudável. Incentivo a agroecologia entre produtores rurais em Viana, fóruns estaduais de discussão sobre agrotóxico zero, produção de orgânicos no IASES/UNIMETRO em Vila Velha e o projeto no presídio Média 1 em Viana, fazem parte de um grande esforço no sentido de consolidar o Pacto Agroecológico Capixaba.
Ministério Público de Viana, FDV – Faculdade de Direito de Vitória, SEJUS, Prefeitura de Viana, IFES, SEAG e INCAPER integram o grupo do Pacto Agroecológico Capixaba em Viana.
O Projeto realizado no Presídio Média 1, contempla a produção de Ora Pro Nobis, Mandioca, Milho, feijão, quiabo, folhosas e ainda a instalação de granja para 300 frangas, a serem produzidas também no sistema orgânico. Toda essa produção ocupa uma área de 20 mil metros quadrados.
Para a promotora de justiça Isabela de Deus Cordeiro, o projeto, uma extensão do Pacto Agroecológico é uma alternativa ímpar na condução de políticas públicas que visam ao mesmo tempo cuidar do meio ambiente, da segurança alimentar e ressocialização, ao passo que, através de práticas ecologicamente corretas se produz alimentos saudáveis e os direciona a famílias em situação de risco alimentar na cidade de Viana. Todos saem ganhando com o processo. O Ministério Público em Viana ainda direciona recursos à manutenção do projeto.
De acordo com Isabela de Deus, quem comete algum tipo de crime ambiental pode ter como pena o pagamento em dinheiro e essa quantia pode ser revertida para a plantação.
“Esses recursos vão para o fundo do Meio Ambiente e o próprio conselho delibera se esses recursos vão ser encaminhados para Secretaria de Justiça’. Nesse caso, esse recurso pode servir para aquisição de canos, caixa d ‘água, das próprias sementes orgânicas que vão dar origens às cestas verdes e contribuir com outras necessidades”,
detalhou a promotora. Saliente-se que o MP de Viana já contribui com um montante superior a 20 mil reais ao projeto de orgânicos do Média 1, podendo chegar esse valor a 40 mil reais até meio do ano.
Magno Antônio Rizzi, um dos presos que trabalha na horta, disse que, além da oportunidade de ressocialização e remição da pena, tem sido gratificante trabalhar com o cultivo de orgânicos.
“A gente fica o dia todo cuidando. É gratificante, é muito bom porque diminui o tempo que a gente vai ficar aqui. Quando a gente faz bem pra alguém, a gente também fica bem. Se tiver espaço podemos plantar mais pra doar mais”, disse o detento.
Ao todo, a plantação do presídio ocupa cerca de 20 mil metros quadrados da unidade prisional e conta com 10 mil pés de milho, 9 mil pés de aipim, 1 mil de ora-pro-nobis e 400 de quiabo.
Wescley Alves Frizzera, diretor da unidade, contou que no começo a horta era bem menor.
“Há aproximadamente seis, sete meses, o município de Viana virou nosso parceiro juntamente com o Ministério Público da cidade. A partir dessa parceria foi possível trazer máquinas, adquirir canos, tubulações caixas d’água, implementos de irrigação, doação de sementes e doação de composto orgânico. “, contou o diretor.
Atualmente, todas as etapas de produção são feitas dentro do presídio e o adubo é substituído por um pré-composto.
“A gente tem uma usina aqui em Viana que produz café e esse pré-composto, feito de palha e cinza de café, substitui o adubo e chega nessa qualidade de produto 100% orgânico”, contou o Secretário de Agricultura da Cidade, Antonio Cezar Lázaro.
A expectativa é expandir o projeto e também construir uma granja que deve abrigar inicialmente cerca de 300 galinhas com ciclo totalmente sustentável.
O morador Ailton Rodrigues de Jesus está desempregado e é um dos beneficiados pelo projeto, que distribui os kits verdes orgânicos nos CRAS da cidade. Segundo ele, a cesta verde é uma ajuda a mais para pessoas que como ele não tem uma renda fixa.
“Principalmente agora que estou desempregado, isso me ajuda muito. A gente quando está desempregado tem que fazer biscate ali e outro aqui, então não é uma renda certa. Vindo essas verduras pra gente já tem um dinheirinho extra pra comprar remédio e outras coisas”, falou.
Jornalista, Gestor Público e especialista em planejamento e gestão estratégica e atua como empresário na área de comunicação e marketing político. Cadastre-se gratuitamente e receba notícias diretamente no seu celular. Clique Aqui