Agosto: um mês sombrio para o Espírito Santo

Agosto: um mês sombrio para o Espírito Santo

Por Coronel Wagner

Agosto tem se tornado um mês sombrio para o Espírito Santo, marcado pelo assustador crescimento da violência que assola nossa gente. No dia 9 de julho, o horror bateu à nossa porta em Vila Velha, no bairro 1º de Maio, região da Grande Santa Rita: uma mulher de apenas 31 anos, Sophia Vial, e uma adolescente de 15 anos, Andressa da Conceição, foram brutalmente assassinadas. Criminosos abriram fogo em plena luz do dia, sem piedade. Ambas morreram na hora, enquanto outras duas crianças inocentes ficaram gravemente feridas.

Essa cena, que antes parecia restrita a grandes metrópoles como o Rio de Janeiro, agora está gravada em nossa própria terra. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Espírito Santo registrou 978 homicídios em 2023. Em 2024, houve queda para 852, mas os números seguem alarmantes e exigem ação imediata.

A resposta precisa ser conjunta
Municípios e governo estadual precisam caminhar lado a lado, implementando políticas de segurança e investimentos sociais que alcancem todas as comunidades. Praças e espaços públicos, símbolos de convivência e lazer, devem contar com a presença constante e atuante das guardas municipais — não apenas como vigilância, mas como garantia de que esses locais sejam usados de forma segura e positiva.

Mas a guarda municipal, sozinha, não é solução. É preciso somar esforços com investimentos em esporte, cultura e lazer, devolvendo às famílias e aos jovens o sentido de pertencimento e afastando-os do crime.

Um sistema judicial que desanima

Outro ponto que corrói a esperança do cidadão de bem é um sistema judicial que parece proteger quem deveria estar preso. As audiências de custódia, cada vez mais, retratam uma inversão de valores: os direitos do criminoso se sobrepõem aos da sociedade honesta e trabalhadora.

A mudança começa no voto

A saída existe, e começa na consciência de cada eleitor. Não podemos mais permitir que o voto seja moeda de troca para interesses pessoais: cargos comissionados, favores ou cestas básicas. O voto precisa ser consciente, baseado no histórico e nas ações concretas dos candidatos — não em promessas vazias repetidas há décadas.

Em muitos municípios, prefeitos pedem votos para determinados candidatos a deputado federal, influenciando a decisão de grande parte do eleitorado. Mas, na prática, esse alinhamento político muitas vezes pouco traz de concreto em termos de segurança e melhorias para a população. Continuar votando assim é perpetuar a violência e o sofrimento.

2026 será decisivo
Que em 2026 cada capixaba — e cada brasileiro — compreenda o peso do seu voto. Que votemos não porque alguém pediu, mas porque analisamos com cuidado e consciência, escolhendo quem tem histórico e compromisso real. Porque vidas estão em jogo. Nossa dignidade e nosso futuro também.