Corredor queniano brilha nas Dez Milhas Garoto com o segundo melhor tempo da história

Corredor queniano brilha nas Dez Milhas Garoto com o segundo melhor tempo da história

A 33ª edição da Dez Milhas Garoto vai ficar marcada como uma das provas mais rápidas da história do evento. Graças ao queniano Nicolas Kosgei, que venceu a corrida com o tempo de 46min32, na manhã deste domingo (29), entre as ruas de Vitória e Vila Velha.

O tempo feito por Kosgei para completar os 16,093km de percurso foi o mais rápido desde 1991, quando Luís Antônio dos Santos completou a prova em 45min49, recorde até hoje.

Depois de dois anos consecutivos com vitórias de brasileiros, com Giovani dos Santos em 2022 e Altobeli da Silva em 2023, o Quênia volto ao topo do pódio da elite masculina, agora com Nicolas Kosgei. O país africano fez a dobradinha, já que Viola Kosgei venceu entre as mulheres, com o tempo de 56min08.

“A corrida foi muito boa, mas o percurso é bastante difícil, com subidas e descidas. Eu gosto muito do Brasil e eu quero estar aqui novamente no ano que vem. Eu gosto demais do Brasil”, comemorou Nicolas Kosgei, que ganhou R$ 30 mil de premiação pelo primeiro lugar e curtiu também seu momento de celebridade, após o pódio, com muitos pedidos de corredores amadores para tirar fotos com o campeão.

O matogrossense Wendell Souza, 32 anos, chegou em segundo lugar e foi o melhor brasileiro da 33ª Dez Milhas Garoto. Ele completou a prova em 46min43, após acompanhar o ritmo do queniano Nicolas Kosgei por 15km e ficar para trás no quilômetro final.

“Foi uma prova fortíssima, nos momentos finais eu acabei perdendo contato ali com o Nicolas (Kosgei). Foi bem rápido. Ele abriu ali depois dos 15km e fez a diferença ali no final. Vim pra defender o título para o Brasil, não deu, mas sou grato pela prova que fiz. Corri aqui em 2016 e fui quarto”, contou Wendell.

O vice-campeão da prova é da cidade de Pontes e Lacerda (MT), município de cerca de 50 mil habitantes. Com bons resultados nas principais provas do País, ele tem o sonho de alcançar o índice olímpico para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.

“Antes de ser atleta, eu era sapateiro, trabalhava numa sapataria. Vivi no sítio também e andava 15km pra ir pra escola. Agora meu sonho é conseguir o índice para 2028. Eu tentei o início olímpico para a maratona (dos Jogos de Paris-2024), mas como comecei a treinar há pouco tempo, não consegui. Mas meu grande sonho é ir para 2028. Nada é impossível!”, revelou Wendell.

Além dos R$ 16 mil de premiação pela segunda colocação geral, ele ainda faturou um bônus de R$ 10 mil por ter sido o melhor brasileiro da prova.

CHEGADA INCRÍVEL ENTRE AS MULHERES

Se a prova masculina teve o segundo tempo mais rápido da história das Dez Milhas Garoto, na categoria elite feminina a emoção falou mais alto. Na reta de chegada, apenas um segundo separou a campeã, a queniana Viola Kesgei, da segunda colocada, a sua compatriota Naum Jepchirchir.

Sétima colocada no ano passado, Viola venceu a corrida com o tempo de 56min08, um segundo à frente de Naum Jepchirchir, que fez 56min09.

As duas comemoram muito o resultado e levantaram a galera na arquibancada montada nos metros finais do percurso, na Glória, em Vila Velha.

“Eu quero agradecer por esta boa competição. No ano passado, eu não fui bem, pois tava muito quente. Hoje estava maravilhoso”, contou a campeã, que revelou ter um trunfo para superar bem a subida da Terceira Ponte: “Eu gosto deste tipo de percurso, com subidas e descidas, porque eu treino com frequência em montanha”.

Melhor brasileira supera abandono do ano passado

A melhor brasileira na elite feminina foi a mineira Kleidiane Jardim, que chegou em terceiro lugar, com 56min27. Ela comemorou bastante o fato de ter subido ao pódio, superando a frustração do ano passado, quando precisou abandonar a prova após sentir muito desgaste por conta do calor.

“No ano passado, eu senti muito o calor e acabei abandonando a prova no km 10, fiquei bem chateada por não ter feito pódio. Mas a gente toma o que acontece como empenho a mais para o próximo ano. O clima ajudou muito hoje e deu tudo certo. As quenianas vieram bem fortes e ser uma brasileira disputando de igual pra igual com elas é um privilégio muito grande!”

Mineira de Caraí, Kleidiane, 36 anos, começou a correr quando foi morar em Belo Horizonte, a convite de um amigo, buscando qualidade de vida. Deu certo e ela foi depois para São Paulo (SP), já para treinar como atleta profissional.

“Já tenho 15 anos de atletismo. Agora vou me preparar para a São Silvestre e este ano, se Deus quiser, vamos tentar o pódio na São Silvestre!”.

Confira os resultados

ELITE MASCULINA

  • 1º Nicolas Kosgei (QUE) – 46min32
  • 2º Wendell Souza (BRA) – 46min43
  • 3º Wilson Maina (QUE) – 47min30
  • 4º Fabio Jesus Correia (BRA) – 47min31
  • 5º Altobeli da Silva (BRA) – 48min22

ELITE FEMININA

  • 1ª Viola Kosgei (QUE) – 56min08
  • 2ª Naum Jepchirchir (QUE) – 56min09
  • 3ª Kleidiane Jardim (BRA) – 56min27
  • 4ª Carmem Pereira (BRA) – 56min30
  • 5ª Jhoselyn Aliaga (BOL) – 57min18

CADEIRANTE FEMININA

  • 1ª Maria de Fátima Almeida – 1h00min14

CADEIRANTE MASCULINO

  • 1º Carlos Pierre de Jesus – 43min06
  • 2º Rogério Costa Lima – 47min33
  • 3º Marcos Vinícius Barcellos da Silva – 55min45