Instituições, governos e governantes

(por Luiz Paulo Vellozo Lucas)
A situação política e econômica internacional e interna dos países, depois das ações do governo norte americano e da movimentação política de seu presidente Donald Trump, coloca para as forças alinhadas com a democracia e com o liberalismo econômico uma agenda desafiadora.
No Brasil, o governo Lula aproveita para jogar na conta dos bolsonaristas a conta da insensatez e acelera a aproximação diplomática e comercial com a China. Uma boia de salvação providencial e conveniente para o antiamericanismo ideológico do Lulopetismo em campanha aberta pela reeleição com a bandeira brasileira desfraldada.
O sistema internacional monetário e de comércio já estava fazendo água antes do ataque Trumpista. É o que afirma a Foreign Affairs desta semana. De um jeito ou de outro o desequilíbrio de comércio e de capital teria que ser enfrentado, não da forma unilateral e truculenta que a política tarifária americana está tentando fazer mas com a sabedoria da proposta de John Maynard Keynes na Conferência de Bretton Woods em 1944.
Representando a Inglaterra, Keynes propunha a criação de uma moeda única mundial lastreada em uma cesta de moedas e de um sistema global de união alfandegaria. Os Estados Unidos, maior potência superavitária na época, vetou. Impôs as regras do jogo da economia mundial no pós guerra e depois rompeu com elas. Quem sabe agora existam condições para que uma solução institucional equilibrada venha a ser considerada
O asilo concedido por Lula para a ex-primeira dama do Peru, condenada por corrupção envolvendo a Odebrecht é uma decisão que afronta a demanda da sociedade brasileira por justiça, quando ainda são frescas as lembranças das descobertas da Lava Jato. A corrupção do sistema político brasileiro, principalmente do governo petista, foi cabalmente demonstrada e ficou quase totalmente impune.
É mais que evidente que o impeachment de Dilma Roussef não foi um golpe arquitetado pela CIA e que a eleição de Lula em 2022 não tem o condão de reescrever estes fatos. Contudo, esta história não serve para defender ou perdoar Bolsonaro e seus seguidores ainda que seja muito útil como escudo e espada na luta política e na guerra de narrativas.
Como se pode ver com clareza nas redes sociais o país encontra-se em plena campanha eleitoral. Os rumos do Brasil e do mundo estão em jogo.
Reprodução: BLOG DO NOBLAT

Engenheiro, Mestre em Desenvolvimento Sustentável, ex-prefeito de Vitória-ES e membro da ABQ-Academia Brasileira da Qualidade.